Acompanhe ao vivo nesta quarta-feira debate no Recife sobre mobilidade e gênero

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A mobilidade nas grandes cidades brasileiras passou ao centro do debate das secretarias de planejamento quando a imobilidade se tornou uma realidade. Trânsito caótico, horas a fio nos congestionamentos e frota de carro crescente em ritmo galopante no Brasil, com direito a boom na primeira década dos anos 2000. Mas a discussão amadureceu desde então. Mobilidade passou a ser tema também na agenda de direitos. Das mulheres, inclusive. Atenta a esse debate relevante, que se relaciona diretamente com o acesso da mulher ao espaço público, a Gênero e Número realiza no Recife, nesta quarta-feira, dia 12, o evento “Gênero e Número no Recife: Dados e Acesso da Mulher à cidade”, que conta com transmissão online, a partir das 19h, via Facebook Live na página da Gênero e Número.

Na capital pernambucana, a recém-lançada pesquisa “Origem-Destino”, da Prefeitura do Recife, mostra que, seguindo a tendência de grandes capitais brasileiras, como São Paulo, as mulheres também são maioria entre os usuários de transporte público. A pesquisa traz recorte de gênero e permite visualizar que a diferença entre os públicos masculino e feminino no uso do ônibus como transporte principal para o deslocamento ao trabalho não apenas existe, como é bem significativa. Enquanto 50% das mulheres que responderam à pesquisa afirmaram usar o coletivo como principal meio para ir ao trabalho, entre os homens a porcentagem foi de 39,5%. Elas também fazem mais deslocamentos a pé do que os homens quando a motivação é o trabalho. Mas, como mostram pesquisas focadas em percepção de segurança no espaço público, embora estejam diariamente nas ruas, indo e vindo, as cidadãs ainda se veem vulneráveis. Sentem medo, mudam rotas e alteram caminhos, apenas para tentarem se sentir mais seguras.

Na edição mais recente da Gênero e Número, alguns números que permitem visualizar o contexto desse acesso ainda desigual às cidades foram abordados em reportagens que aprofundaram os temas. Pesquisas sobre percepção de assédio, como a produzida pela ONG Action Aid, serviram de subsídios para as reportagens e mostram que o tema assédio é presente, é cotidiano. Nada menos que 35% das mulheres entrevistadas afirmaram já terem sido vítimas no transporte público de São Paulo, de acordo com o Datafolha. Se os números ajudam a entender o cenário e reafirmam a relevância de o assunto entrar para a pauta política, os diários relatos das mulheres abusadas, nas redes sociais ou nos boletins de ocorrência, denunciam a urgência de não apenas a esfera política, mas o mercado, a sociedade civil e cada cidadão comprometido com o debate sobre direitos estar atento ao tema.

Para isso, as duas mesas do evento desta quarta-feira, no Impact Hub, no centro do Recife, buscam, com abordagem e conteúdo multissetoriais, debater soluções e caminhos a partir de dados e evidências sobre demandas específicas do público feminino no campo da mobilidade (ver programação abaixo). Na sociedade digital e da economia compartilhada, os dados relevantes para esse debate não são produzidos apenas por órgãos oficiais. Empresas prestam serviços, academias produzem pesquisas, aplicativos diversos desenvolvidos por empresas ou pessoas físicas geram informações. Tudo isso constitui bancos de dados que podem indicar padrões e sinalizar necessidades. O que a abertura desses dados pode significar na busca por cidades mais democráticas? Os debates desta quarta tentar ajudar a responder essas questões.

Aplicativo

Em março, a Gênero e Número lançou na Play Store o aplicativo Braços Dados para oferecer às usuárias um serviço de envio de mensagem de urgência a uma rede de cinco pessoas previamente cadastradas. O app também será apresentado hoje ao público do evento. Desenvolvido para sistema Android, é gratuito e permite à usuária cadastrar até cinco contatos da sua rede de confiança. Esses números recebem um alerta com a localização da usuária caso ela ative o botão do aplicativo em algum momento em que estiver se sentindo em risco no espaço público. O Braços Dados foi desenvolvido para atender a um amplo público que diariamente tem sua mobilidade impactada pela percepção de insegurança. Download em: bracosdados.generonumero.media

Confira a programação completa

19h

Abertura: coquetel e apresentação de vídeos da Gênero e Número

19h15

Onde estão os dados que precisamos para debater e melhora a mobilidade nas cidades

Debatedores: Cidinha Gouveia (Porto Digital), Cida Pedrosa (Secretaria da Mulher da Prefeitura do Recife),

Sideney Schreiner (Secretaria de Planejamento da Prefeitura do Recife).

Mediação: Gênero e Número

20h

Acesso da mulher à cidade

Isabel Cavalcanti (rede Meu Recife), Ingrid Farias (ONG Action Aid), Germano Travassos (consultor em mobilidade urbana).

Mediação: Liana Cirne Lins (Universidade Federal de Pernambuco)

21h

Encerramento

*No evento, também apresentaremos o aplicativo Braços Dados (bracosdados.generonumero.media/)

**O evento “Gênero e Número: Dados e Acesso da mulher à cidade” conta com a parceria do Impact Hub Recife, da Marco Zero Conteúdo e tem o apoio da Ford Foundation..

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