Na última sexta-feira (14/09) foi lançado o Observatório Brasil 50-50, iniciativa de organizações de mídia, pesquisa e da sociedade civil com análises sobre as questões de gênero na política brasileira. A página é mais uma ação da agenda Brasil 50-50, iniciativa da ONU Mulheres em prol da paridade de gênero no país.
Os conteúdos já disponíveis mostram gráficos feitos a partir da pesquisa Ibope/ONU Mulheres, lançada na mesma data, que traz a opinião da população brasileira sobre representatividade de mulheres na política. Um dos principais dados mostra que 77% dos entrevistados acreditam que as cadeiras do Legislativo deveriam ser igualmente divididas entre homens e mulheres.
O evento de lançamento em Brasília contou com representantes da Gênero e Número, do Instituto Alziras e do Instituto Patrícia Galvão, que são as três organizações responsáveis pelo projeto. Com apoio da ONU Mulheres e da pesquisadora e professora da UnB Flávia Biroli, a página irá produzir conteúdos diferenciados e apresentar dados que possam incidir no debate eleitoral e político a partir da paridade de gênero.
Nadine Gasman, representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, acredita que os dados da pesquisa e a agenda Brasil 50-50 jogam luz sobre os problemas de equidade de gênero na política.
“Com esses dados [da pesquisa], você se pergunta por que a gente tem só 10% [de mulheres no Legislativo]. O Observatório vai dar argumentos, textos e informações que vão falar para o Brasil que esta é uma movimentação, uma forma de se acertar ao que as pessoas querem”, disse Gasman à Gênero e Número.
Um dos conteúdos a serem publicados no observatório será a pesquisa Perfil das Prefeitas do Brasil, organizada pelo Instituto Alziras. A pesquisa, a ser lançada em breve, vai traçar o perfil das prefeitas do país, além de mostrar suas trajetórias e suas percepções sobre as questões de gênero. Bem como outros conteúdos já disponíveis, o objetivo é fornecer informações de qualidade para fundamentar o debate de gênero na política.
Para Gasman, uma das principais funções do observatório será reunir esse tipo de conteúdo e, principalmente, mostrar que a parcela da população que busca por igualdade não está sozinha. “O Observatório vai ajudar as pessoas a terem mais informações. Ajudar as parceiras a terem um lugar com todas as informações que as pessoas precisam, para dar seguimento ao que está acontecendo, mas também ter argumentos e se sentirem mais seguras.”
*Lola Ferreira é jornalista e colaboradora da Gênero e Número.