Candidatas do Rio de Janeiro a mandatos estaduais, federais e ao Executivo do Estado se reuniram na última quinta-feira (30/08) com eleitoras e eleitores para discutir política de drogas, encarceramento e genocídio da população negra. A roda de conversa foi organizada pela Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) na Praça da Cinelândia, na capital fluminense.
“Para que disputar espaços com os homens se podemos construir nossos próprios espaços?”, disse Amanda Jordana, integrante da RENFA, na abertura do evento. Segundo ela, existe uma dificuldade de pautar gênero, raça e classe no movimento antiproibicionista e há a necessidade desse debate estar na agenda política.
Estavam presentes no evento as candidatas a deputada estadual Rose Cipriano (PSOL), Carol Quintana (PSOL), Dani Balbi (PCdoB), Dani Monteiro (PSOL), Dani Petti (PSOL) e Tatiana Araújo (PSOL), a candidata a deputada federal Luciana Boiteux (PSOL), a candidata ao senado Marta Barçante (PCB) e a candidata a vice-governadora do Rio de Janeiro Ivanete Silva (PSOL), que está na chapa encabeçada por Tarcísio Motta. Elas debateram educação, política de redução de danos, reformulação da lei de drogas e legalização como soluções possíveis para o encarceramento em massa e o impacto do proibicionismo sobre a população negra e pobre no Estado.
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“A política de drogas é o que mais encarcera mulheres, por isso precisamos olhar para a interseção entre antiproibicionismo e feminismo. O que está em jogo é o super encarceramento de mulheres pelo populismo penal e pela lógica da política de drogas”, disse Boiteux, que defende a legalização de todas as drogas. Tatiana Araújo concordou: “não tem como discutir feminismo sem discutir o aprisionamento de nossos corpos e vidas”.
Segundo dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, O Infopen Mulheres, três em cada cinco mulheres que se encontram no sistema prisional respondem por ligação ao tráfico. Do total da população prisional feminina, ao menos 62% delas são mulheres negras e 74% têm filhos.
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