A foto mostra Priscila Cristina Evangelista, uma mulher negra de cabelo castanho escuro cacheado à altura do ombro. Ela veste uma blusa preta com uma camisa azul e branca por cima, brincos brancos e batom vermelho. Priscila está de braços cruzados, sorrindo, em primeiro plano. Ao fundo, a imagem mostra uma parede branca e algumas árvores
Priscila Cristina Evangelista, 36, foi a primeira da sua família a entrar no ensino superior pelo Prouni. Depois dela, seus dois irmãos e a mãe também estão formados e ela está cursando a segunda graduação em psicologia | Foto: Breno Andreata/Agência Pública

Mulheres negras dobram participação em cursos mais disputados do Prouni

Presença de mulheres negras em programas como Pedagogia, Direito e Medicina mais do que dobrou entre 2006 e 2020

Diego Nunes da Rocha

Mariama Correia

Raphaela Ribeiro

Vitória Régia da Silva

  • Mais nordestinas e nortistas na universidade

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  • ProUni facilitou acesso à universidade, mas há desafios

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Mulheres negras ampliaram participação nos dez cursos universitários mais procurados pelo ProUni (Programa Universidade para Todos), que concede bolsas integrais e parciais de estudo em instituições particulares de ensino superior. Ao longo de 14 anos, a presença delas em programas como Pedagogia, Direito e Medicina mais do que dobrou, segundo levantamento inédito feito pela Gênero e Número e Agência Pública.

A análise da série histórica considera informações sobre gênero e raça das matrículas entre 2006 e 2020, último ano com dados disponíveis nesse recorte, tanto de bolsas integrais quanto parciais, disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC). O ProUni foi criado em 2004.

Em números absolutos, as bolsas de prounistas negras nesses cursos mais do que dobraram de volume, passando de 15.340 em 2006 para 31.868 matrículas, um percentual de 108%.

Um gráfico de barras mostra a porcentagem de bolsas do Prouni para mulheres negras nos 10 cursos mais procurados no Brasil, em 2006 e em 2020. Por ordem dos mais procurados aparecem o curso de pedagogia, direito, administração, contabilidade, enfermagem, psicologia, engenharia civil, educação física, sistemas de informação e medicina. Pedagogia e enfermagem destinaram mais de 50% de suas bolsas para mulheres negras em 2020. Sistemas de informação é o único curso em que houve queda na proporção de bolsas oferecidas para mulheres negras. Em destaque lê-se que a presença de mulheres negras entre bolsistas dos cursos mais procurados mais que dobrou entre 2006 e 2020. A fonte dos dados é o Prouni.

Mulheres negras bolsistas do Prouni nos 10 cursos mais procurados

Pedagogia

Direito

% das bolsas para

mulheres negras

56%

44%

34%

25%

2020

2020

2006

2006

Administração

Contabilidade

36%

34%

27%

28%

2020

2020

2006

2006

Psicologia

Enfermagem

52%

43%

41%

33%

Pedagogia e enfermagem destinaram mais de 50% de suas bolsas para mulheres negras em 2020

2020

2020

2006

2006

Edu. Física

Eng. Civil

25%

24%

20%

14%

2006

2020

2006

2020

Sistemas de

Informação

10°

Medicina

Sistemas de informação é o único curso em que houve queda na proporção de bolsas oferecidas para mulheres negras

27%

22%

12%

11%

2020

2006

2020

2006

Em 2020, a presença de mulheres negras entre bolsistas dos cursos mais procurados é mais que o dobro da registrada em 2006

Fonte prouni

Um gráfico de barras mostra a porcentagem de bolsas do Prouni para mulheres negras nos 10 cursos mais procurados no Brasil, em 2006 e em 2020. Por ordem dos mais procurados aparecem o curso de pedagogia, direito, administração, contabilidade, enfermagem, psicologia, engenharia civil, educação física, sistemas de informação e medicina. Pedagogia e enfermagem destinaram mais de 50% de suas bolsas para mulheres negras em 2020. Sistemas de informação é o único curso em que houve queda na proporção de bolsas oferecidas para mulheres negras. Em destaque lê-se que a presença de mulheres negras entre bolsistas dos cursos mais procurados mais que dobrou entre 2006 e 2020. A fonte dos dados é o Prouni.

Mulheres negras bolsistas do Prouni nos 10 cursos mais procurados

% das bolsas para

mulheres negras

Pedagogia e enfermagem destinaram mais de 50% de suas bolsas para mulheres negras em 2020

Pedagogia

Direito

56%

44%

34%

25%

2020

2020

2006

2006

Administração

Contabilidade

36%

34%

27%

28%

2020

2020

2006

2006

Psicologia

Enfermagem

52%

43%

41%

33%

2020

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2006

2006

Edu. Física

Eng. Civil

25%

24%

20%

14%

2006

2020

2006

2020

Sistemas de

Informação

10°

Medicina

27%

22%

12%

11%

2020

2006

2020

2006

Sistemas de informação é o único curso em que houve queda na proporção de bolsas oferecidas para mulheres negras

Em 2020, a presença de mulheres negras entre bolsistas dos cursos mais procurados é mais que o dobro da registrada em 2006

Fonte prouni

Em 2006, elas representavam 28% entre os estudantes bolsistas do Prouni nos 10 cursos mais procurados do ensino superior, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2020, esse percentual cresceu para 38%.

As mulheres negras também foram o grupo demográfico que mais se beneficiou com as bolsas disponibilizadas pelo programa. Em 2012, elas ultrapassaram outros grupos chegando a representar 30% das bolsas – contra 26% de mulheres brancas, 24% de homens negros e 19% de homens brancos. Durante o período analisado, homens brancos foram o único grupo que apresentou queda proporcional no acesso a bolsas do Prouni, passando de 20% em 2006 para 15% em 2020.

Priscila Cristina Evangelista, 36, nascida e criada em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, formou-se em pedagogia, o primeiro da lista dos dez cursos mais disputados, com bolsa de 100%.  Quando ela entrou na Faculdade Torricelli, em 2006, ninguém de sua família tinha curso universitário. “Foi essa oportunidade que abriu as portas da universidade para mim. Depois para os meus irmãos, minha mãe e a minha família”. Atualmente, os dois irmãos dela e a mãe também estão formados e ela está cursando a segunda graduação em psicologia pela Universidade de Guarulhos (UNG).

A foto mostra Priscila Cristina Evangelista, uma mulher negra de cabelo castanho escuro cacheado à altura do ombro, blusa e calça preta, camisa azul e branca sobre a roupa, brincos brancos e batom vermelho. Priscila está em pé, apoiada em uma pilastra à frente de uma escada. De braços cruzados, ela olha diretamente para a câmera.
“Foi essa oportunidade que abriu as portas da universidade para mim.", conta Priscila Cristina Evangelista, que está cursando sua segunda graduação em psicologia | Foto: Breno Andreta/Agência Pública

Ana Paula Conceição de Souza, 24, nasceu e cresceu em Parelheiros, bairro periférico do extremo sul de São Paulo. Em 2021, ela passou em psicologia, sexto curso universitário mais disputado do Brasil. Atualmente, ela estuda com bolsa Prouni 100% na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) de Santo Amaro.

aspa

O Prouni para mim significa ascensão, significa acesso, porque, sem a bolsa, eu dificilmente conseguiria custear a faculdade”

Da turma de oito estudantes, três possuem bolsa do Prouni. Ana, que é filha de trabalhadora doméstica e a primeira da sua família a acessar a universidade, é a única negra.

“Nos primeiros anos de faculdade, durante a pandemia, não abria a câmera e não colocava foto de perfil. Logo, os colegas não tinham como saber que era uma mulher negra. E eu comecei a perceber que as pessoas davam muito mais credibilidade para o que eu falava quando eu não tinha identidade. Até professores, sabe?”, conta.

A foto mostra Ana Paula Reis, uma mulher negra de cabelo preto cacheado à altura do ombro que sorri e olha diretamente para a câmera. Ela usa batom vermelho e veste uma blusa florida com estampa azul, vermelha e branca.
Ana Paula é a única mulher negra prounista de sua turma | Foto: Arquivo Pessoal

Larissa Araujo Aniceto, 25 anos, moradora de Santo Amaro, periferia do extremo sul de São Paulo, também foi a primeira de sua família a cursar o ensino superior. Em 2016, ela foi beneficiada com uma bolsa de 100% para estudar administração na Fundação Instituto de Administração (FIA). Formada desde 2019, no terceiro curso universitário mais disputado do ProUni, hoje atua como analista de treinamento.

“Provavelmente eu teria cursado gestão empresarial (curso técnico) e entraria no mercado, mas com uma menor visibilidade do que a graduação oferece”, diz. Com a graduação, Larissa sente que está “galgando um espaço que foi negado para os meus pais”, uma dona de casa e um funcionário público que cursaram até o ensino médio.

Mais nordestinas e nortistas na universidade

A participação de nordestinas e nortistas negras no ProUni também aumentou no período analisado pela Gênero e Número e Agência Pública. Houve um crescimento de 233% no acesso a bolsas por mulheres negras do Norte e de 216% no Nordeste, que concentra a maior população autodeclarada negra do país, de acordo com a PNAD Contínua do IBGE.

Um gráfico de barras empilhadas mostra o acesso de mulheres negras a bolsas do Prouni por região do Brasil, nos anos de 2006 e 2020. Em 2006, 54% das bolsas destinadas a mulheres negras foram para o Sudeste, 19% para o Nordeste, 11% para o Centro-Oeste, 8% para o Norte e 8% para o Sul. Em 2020, 40% para o Sudeste, 30% para o Nordeste, 9% para o Centro-Oeste, 14% para o Norte e 7% para o Sul. Em destaque, lê-se que tanto no Norte como no Nordeste, o número de mulheres negras que ingressaram no ensino superior pelo Prouni mais que triplicou entre 2006 e 2020. A fonte dos dados é o Prouni.

Acesso de mulheres negras

a bolsas do Prouni, por região

2020

2006

% das bolsas

por região e ano

7%

sul

sul

8%

14%

norte

norte

8%

centro-

oeste

11%

centro-

oeste

9%

nordeste

19%

30%

nordeste

Em 2020, 30% das bolsas destinadas a mulheres negras foram para o Nordeste. Em 2006, a proporção foi 19%.

sudeste

54%

Em 2006, 54% das

bolsas destinadas

a mulheres negras

foram para

o Sudeste

40%

sudeste

Tanto no Norte como no

Nordeste, o número de mulheres

negras que ingressaram no

ensino superior pelo Prouni mais

que triplicou entre 2006 e 2020

Fonte prouni

Um gráfico de barras empilhadas mostra o acesso de mulheres negras a bolsas do Prouni por região do Brasil, nos anos de 2006 e 2020. Em 2006, 54% das bolsas destinadas a mulheres negras foram para o Sudeste, 19% para o Nordeste, 11% para o Centro-Oeste, 8% para o Norte e 8% para o Sul. Em 2020, 40% para o Sudeste, 30% para o Nordeste, 9% para o Centro-Oeste, 14% para o Norte e 7% para o Sul. Em destaque, lê-se que tanto no Norte como no Nordeste, o número de mulheres negras que ingressaram no ensino superior pelo Prouni mais que triplicou entre 2006 e 2020. A fonte dos dados é o Prouni.

Acesso de mulheres negras a bolsas do Prouni, por região

% das bolsas por região e ano

2020

2006

7%

sul

sul

8%

14%

norte

norte

8%

centro-

oeste

11%

centro-

oeste

9%

nordeste

19%

30%

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54%

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40%

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Em 2006, 54% das bolsas destinadas a mulheres negras foram para o Sudeste

Em 2020, 30% das bolsas destinadas a mulheres negras foram para o Nordeste. Em 2006, a proporção foi 19%.

Tanto no Norte como no

Nordeste, o número de mulheres

negras que ingressaram no

ensino superior pelo Prouni mais

que triplicou entre 2006 e 2020

Fonte prouni

Hoje no último ano da bolsa de doutorado em comunicação na UFPE, Raíssa Santos, 34 anos, moradora do Recife (PE) cursou jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco com 100% de bolsa pelo Prouni, em 2007. Criada em uma comunidade periférica ribeirinha chamada Vila Arrais, bairro da Várzea, zona norte do Recife, ela conta que foi uma das poucas pessoas negras de sua turma. “Tinha 60 pessoas e só duas negras, eu e meu amigo, que também era prounista”.

Acessar uma universidade de elite fazia com que Raíssa se sentisse como um “peixe fora d’água”.

aspa

A gente não saía para os mesmos lugares que os outros alunos porque não tinha dinheiro. E como tinha meta de nota para não perder a bolsa, o foco era estudar. Não tinha, naquela época, referências de mulheres como eu para me espelhar. Hoje sei que sou inspiração para muitas meninas da minha comunidade”

O objetivo de Raíssa é passar em um concurso federal para fazer um projeto de comunicação na comunidade de Vila Arrais, que fica próxima da Universidade Federal de Pernambuco. “Os jovens que moram lá trabalham como flanelinhas na universidade, mas não se sentem parte do campus. Quero ajudar a inserir esses jovens no ambiente acadêmico”.

A foto mostra Raissa Santos, uma mulher negra de cabelo preto cacheado à altura da orelha, que usa óculos vermelho, blusa cinza e batom vermelho. Raissa segura um diploma.
Acessar uma universidade de elite fazia com que Raíssa se sentisse como um “peixe fora d’água” | Foto: Arquivo Pessoal

ProUni facilitou acesso à universidade, mas há desafios

O ProUni prevê cotas para ocupação de vagas por pretos, pardos e indígenas de forma proporcional às populações desses grupos demográficos em cada estado. Enquanto o acesso das mulheres negras aos cursos mais concorridos aumentou 108% pelo Prouni, a participação de homens negros também cresceu em 63% e de pessoas indígenas e amarelas 51% no período analisado pela reportagem, o que revela o impacto do programa principalmente no acesso à educação superior de grupos minoritários.

De fato, o programa serviu como um fator de diversificação do perfil de estudantes, sobretudo nos cursos mais elitistas, como medicina e direito, por exemplo, mas ainda há muitas barreiras para um maior  acesso de pessoas negras ao ensino superior, considera a professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPR, Cláudia Baukat Silveira Moreira.  Ela pesquisou o ProUni no seu doutorado e é autora da tese “Um olhar sobre o muro: avaliação do Programa Universidade para Todos”.

aspa

O ProUni incluiu pessoas na universidade que sem as bolsas não estariam lá. Mas ainda há muitos desafios. O primeiro é a falta de fiscalização do quanto as bolsas são distribuídas. O segundo é que o programa, sem querer, provocou uma reconfiguração do mercado de ensino superior privado no Brasil”

De acordo com a pesquisadora, antes do ProUni, havia as instituições com fins lucrativos e as beneficentes, que gozam de imunidade tributária. Por lei, essas últimas são obrigadas a aderir ao ProUni. As privadas stricto sensu não têm essa obrigação.

“O que aconteceu, ao longo dos anos, foi que muitas das beneficentes passaram a ser instituições privadas e isso tem relação tanto com o ProUni como com outros fatores econômicos”, explica. Para ela, também falta fiscalização para uma distribuição mais proporcional e justa das bolsas e para uma melhor qualidade no ensino superior particular. “Temos hoje poucos grupos privados assumindo o controle de várias faculdades. Além disso, a pandemia apressou a oferta da educação à distância com uma qualidade muito ruim.”

Simone Nascimento, integrante do Movimento Negro Unificado e  co-deputada estadual de São Paulo pela Bancada Feminista, que se formou em jornalismo em 2016 através do ProUni, diz que o programa foi criado como uma política de transição, que deveria ter sido acompanhada de outras ações para fortalecimento da educação básica e da ampliação de oferta de vagas no ensino superior público. “Menos de 20% da juventude brasileira está na universidade. Então é possível sim no Plano Nacional da Educação dos próximos dez anos, pensar em uma transição da faculdade privada para a pública”, defende.

Mesmo dentro das universidades, mulheres negras ainda enfrentam muitos desafios para garantir sua permanência e conclusão dos cursos. No âmbito do ensino superior, as desigualdades sociais, econômicas e raciais se tornam ainda mais evidentes, segundo os relatos ouvidos pela reportagem.

A concessão de bolsas de estudos, sem o complemento de programas de permanência, faz com que a evasão escolar seja mais comum do que se imagina. Segundo os Censos da Educação Superior do MEC mais recentes, em 2021, a taxa de desistência dos estudantes de instituições privadas foi de 38,8% – o que equivale a uma perda de 2,19 milhões de estudantes. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, o número vem seguindo uma tendência de crescimento observada desde 2017, quando a taxa de evasão nas instituições privadas era de 29,8%.

A foto mostra Larissa Araujo Aniceto, uma mulher negra de cabelos cacheados e dourados um pouco abaixo do ombro. Larissa veste blusa branca e um colar preto com pingente branco, redondo. Atrás de Larissa, há um céu azul e árvores.
Larissa diz ter enfrentado preconceito dos alunos pagantes de sua turma | Foto: Arquivo pessoal

Sem apoio, Larissa não teria conseguido concluir a graduação. Durante o curso, mesmo com bolsa integral do ProUni, ela precisou contar com ajuda financeira dos pais para gastos com alimentação, xerox e transporte até o campus, que ficava há mais de 20 quilômetros de distância da sua casa. Além disso, enfrentou preconceito por ser a única mulher negra e bolsista. “Isso me impactou durante os quatro anos, a forma como eu lidava com a turma e como eu era acolhida e recebida”, lembra.

Para ela, não basta apenas inserir mulheres negras no ensino superior, sem promover um ambiente receptivo. “Essas dificuldades reforçam as barreiras para o ingresso de mulheres negras na universidade. É importante ter auxílio e incentivo também para que a gente permaneça.”

O Ministério da Educação não respondeu os questionamentos da reportagem até a publicação.

*Colaborou Ana Alice de Lima

Metodologia

Fizemos o download das bases de dados do Prouni (2006-2020) disponíveis no site do Ministério da Educação e as agregamos, formando uma única base com quase 3 milhões de casos. Codificamos as variáveis de interesse de acordo com tabelas de frequência realizadas no próprio banco de dados. Fizemos a associação de raça e sexo para criar variáveis interseccionais, com foco em mulheres negras.

Codificamos os cursos de ensino superior a partir de buscas por trechos dos nomes que não seriam afetados por erros de leitura de caracteres (exemplo: “administra” para cursos de Administração). A busca ocorreu em um documento em formato .html, construído a partir de uma tabela gerada na base de dados.

Para calcular quantos alunos acessaram o ensino superior por meio do Prouni, multiplicamos os cursos pela quantidade de ingressantes do programa em 2021, segundo o Censo da Educação Superior.

Quem leu essa Reportagem também viu:

Diego Nunes da Rocha

Diego Nunes da Rocha é graduado e mestre em Ciências Sociais pelo PPGSA/UFRJ e doutorando em Sociologia no IESP-UERJ. Pesquisador associado do Ceres (Centro para o Estudo da Riqueza e Estratificação Social), Diego tem interesse em estratificação social, em especial no campo educacional. É analista de dados da Gênero e Número.

Mariama Correia

Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduada pela Universidade Federal de Pernambuco. Foi repórter do coletivo de jornalismo investigativo e independente Marco Zero Conteúdo e da editoria de Economia do jornal Folha de Pernambuco. Já assinou matérias no The Intercept Brasil, em revistas da Editora Abril e em outras publicações. Participa do Atlas da Notícia, um mapeamento do jornalismo no Brasil, como pesquisadora do Nordeste. Atualmente é editora e repórter da Agência Pública de jornalismo investigativo.

Raphaela Ribeiro

Jornalista formada pela Escola de Jornalismo Énois e pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduanda em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Já teve reportagens focadas em território e gênero publicadas na Folha, HuffPost Brasil, The Intercept e Revista AzMina. Foi repórter também do ChecaZap (projeto de checagem de informação) nas eleições de 2018. Na Agência Pública desde 2019, é secretária de redação/editora de home. Antes, foi estagiária de reportagem e chegou a participar de coberturas reconhecidas pelo Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde.

Vitória Régia da Silva

É jornalista formada pela ECO/UFRJ e pós graduanda em Escrita Criativa, Roteiro e Multiplataforma pela Novoeste. Além de jornalista, também atua na área de pesquisa e roteiro para podcast e documentário. É Presidente e Diretora de Conteúdo da Associação Gênero e Número, onde trabalha há mais de sete anos. Já escreveu reportagens e artigos em diversos veículos no Brasil e no exterior, como o HuffPost Brasil, I hate flash, SPEX (Alemanha) e Gucci Equilibrium. É uma das autoras do livro "Capitolina: o mundo é das garotas" [ed. Seguinte] e colaborou com o livro "Explosão Feminista" [Ed. Companhia das Letras] de Heloisa Buarque de Holanda.

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