Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Brasília - Justiça Eleitoral faz demonstrações das urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 3 de outubro. Desta vez, o eleitor visualizará, além da foto do candidato, a de seus vices e suplentes, no caso de presidente, governador e senador

Quem são as mulheres que disputam as eleições em 2018

O pleito presidencial domina as conversas, mas você já escolheu quem tem o seu voto para o Legislativo estadual e federal e para os governos dos Estados? A Gênero e Número traz dados sobre as candidatas a todos os cargos em disputa nestas eleições

Por Carolina de Assis*

Carolina de Assis

  • PSL tem mais candidatas, mas baixa proporção de mulheres

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  • Quase 100 mulheres disputam governos estaduais

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Faltam 18 dias para as eleições. A disputa presidencial domina a atenção do eleitorado, e em 2018 ela parece mais central do que nunca. Mas você já decidiu quem tem o seu voto para a Assembleia Legislativa do seu Estado (ou Câmara Distrital, caso você vote no Distrito Federal), a Câmara dos Deputados, o Senado e o governo do seu Estado?

A Gênero e Número levantou informações sobre todas as candidatas do país e as reuniu em uma visualização interativa para ajudar quem quer votar em mulheres em 2018. Em 19 de setembro o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) computava 8.151 candidatas a todos os cargos em disputa: deputada estadual, deputada distrital, deputada federal, senadora, governadora e presidenta.

Mulheres pretas são 13,5% e as pardas são 33,8% das candidatas nas eleições de 2018. Nos Estados, as negras (pretas e pardas somadas) são minoria somente em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Tocantins. Nos outros 16 Estados e no Distrito Federal, as negras são mais de 50% das candidatas, chegando a 78,4% na Bahia. O Paraná, por sua vez, é o Estado com maior proporção de mulheres brancas nas urnas: 89%.

Roraima é o Estado com maior proporção e com o maior número de candidatas indígenas. Elas são 7 das 194 mulheres na disputa eleitoral, 3,6% do total no Estado, aos cargos de deputada estadual, federal e senadora. São Paulo, que tem o maior número total de candidatas (1.120), tem somente três candidatas indígenas, todas a deputada federal.

PSL tem mais candidatas, mas baixa proporção de mulheres

Os três partidos com mais candidatos, mulheres e homens, na disputa, são também os partidos com mais mulheres candidatas: PSL (410), PSOL (405) e PT (384). O PSOL tem uma candidata à vice-presidência, 10 ao Senado e seis a governos estaduais; o PSL tem uma a um governo estadual e duas ao Senado; e o PT tem entre suas candidatas quatro a governo e cinco ao Senado.

Proporcionalmente, o partido com mais candidatas é o PMB, o Partido da Mulher Brasileira. Suas 159 candidatas equivalem a 40% do total de candidaturas apresentadas pelo partido. Em seguida estão o PSTU, com 38% de seu quadro formado por mulheres (62) e o MDB (33,5%, 334).

Na outra ponta, estão a Rede (28,7%), o Avante (28,8%) e o PSL, que embora tenha o maior número de candidatas, é o antepenúltimo na proporção em relação ao total de suas candidaturas (28,9%).

Quase 100 mulheres disputam governos estaduais

As candidatas a deputada estadual são 63% das mulheres que se apresentam nas eleições gerais de 2018. Embora São Paulo seja o Estado com maior número de candidatas a todos os cargos e com maior número de assentos em sua Assembleia Legislativa (94), é o Rio de Janeiro o que mais apresenta candidatas a este cargo: 721 mulheres, que vão tentar ocupar parte das 70 cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado do Rio. Com menos candidatas a seus assentos legislativos está o Tocantins, com 64 mulheres disputando lugares na Assembleia de 24 cadeiras.

Para deputada federal, São Paulo lidera com 482 candidatas para as 70 cadeiras da bancada do Estado na Câmara. Em seguida vêm Rio de Janeiro (345 candidatas para 46 cadeiras) e Minas Gerais (265 para os 53 lugares na bancada). Na outra ponta estão Tocantins, com 26 candidatas para a bancada de oito lugares do Estado, e Alagoas (27 para nove assentos).   

Embora neste pleito o eleitorado tenha a chance de votar em dois candidatos para o Senado, três Estados não têm mulheres candidatas para este cargo: Acre, Bahia e Tocantins. Os que têm mais candidatas são Rio Grande do Sul e São Paulo, com cinco cada um.

Para o Executivo estadual, como cabeças de chapa ou vice, são 98 mulheres disputando os governos. São Paulo tem oito e Paraná e Piauí têm seis candidatas a governadora ou vice-governadora cada e são os Estados com mais mulheres nesse pleito.

Duas mulheres pretas disputam a Presidência do Brasil em 2018: Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU). Outras cinco tentam a vice-presidência: Manuela D’Ávila (PCdoB), com Fernando Haddad (PT); Sonia Guajajara (PSOL), com Guilherme Boulos (PSOL); Kátia Abreu (PDT), com Ciro Gomes (PDT); Ana Amelia (PP), com Geraldo Alckmin (PSDB); e Professora Suelene Balduino (PATRI), com Cabo Daciolo (PATRI).

*Carolina de Assis é jornalista e editora da Gênero e Número.

Carolina de Assis

Carolina de Assis é uma jornalista e pesquisadora brasileira que vive em Juiz de Fora (MG). É mestra em Estudos da Mulher e de Gênero pelo programa GEMMA – Università di Bologna (Itália) / Universiteit Utrecht (Holanda). Trabalhou como editora na revista digital Gênero e Número e se interessa especialmente por iniciativas jornalísticas que promovam os direitos humanos e a justiça de gênero.

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