Arte: Victoria Sacagami/ GN

Mercúrio no sangue: mulheres indígenas contaminadas do ventre ao fim da vida

Com gestações de risco e crianças adoecidas, garimpo ilegal de ouro coloca em risco futuras gerações na Amazônia

 

 

Adriana Amâncio

Anelize Moreira

  • Muitos sintomas e nenhum remédio

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  • Perseguição violenta

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  • Gestações de risco

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  • A esperança política

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A descoberta de uma doença pode ser desgastante e durar meses entre idas e vindas às unidades de saúde. Agora, imagine que esse adoecimento é fruto de um garimpo ilegal praticado no quintal da sua casa; que seus filhos e os peixes (principal fonte alimentar) estão contaminados pelo mercúrio usado para separar e extrair ouro. 

Gilmara Akay, 28 anos, da aldeia Sawré Muybu, na região do Tapajós, no Pará, sente que a vida não é mais a mesma depois que ela soube que tem mercúrio espalhado no próprio sangue. “Eu tenho vários problemas por isso. Essa contaminação mexeu muito com o nosso cérebro”, reclamou.

Sem serviços públicos de saúde especializados para testagem e acompanhamento em territórios indígenas, a certeza da contaminação é uma condenação para esses povos. Mulheres sentem no corpo os efeitos do contágio há décadas e convivem com problemas crônicos de saúde. 

Em novembro de 2022, Gênero e Número e AzMina somaram esforços para apurar essa doença silenciosa e ainda sem nome que ameaça mulheres, gestações e gerações futuras.

As imagens chocantes da desnutrição na Terra Indígena Yanomami, que circularam neste início de 2023, mostram apenas um dos impactos brutais do garimpo ilegal na floresta amazônica. Além da fome, o adoecimento de indígenas nos estados de Roraima, Pará e Amapá foi agravado por um mal fruto da atividade garimpeira: a contaminação de mercúrio. 

A crise na saúde indígena se aprofundou nos quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e exigirá a reconstrução de órgãos federais e a capacitação de profissionais para atender a demanda histórica de povos contaminados pelo metal pesado. 

O Garimpo ilegal põe em risco ao menos 13 mil indígenas Mundurukus e Kayapós, além de 28 mil Yanomamis. 

Garimpo ilegal em terras indígenas

As maiores áreas de garimpo estão em território Kayapó, Munduruku e Yanomami; juntas, somam quase 10 mil hectares invadidos pela mineração

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indígenas

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Sawré Muybu

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região

dos tapajós

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waikás

DF

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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO

alto tapajós

99%

estavam com o mercúrio bem acima da média considerada segura

yanomami

[waikás]

92%

entre as pessoas analisadas tiveram um alto nível de contaminação, segundo pesquisa

vila nova

[região que se desenvolveu a partir

da atividade de garimpo de ouro]

67%

das mulheres participantes excederam o limite da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

Munduruku

[Sawré Muybu, Sawuré Aboy e Povo Muybu]

62%

das mulheres em idade reprodutiva ultrapassaram o limite de referência de 6,0 μg/g H-Hg, da OMS

Aldira Akai Munduruku, de 31 anos, da etnia Munduruku, também vive na Terra Indígena Sawré Muybu, na região do Tapajós, sente fraqueza nas pernas, alterações na visão, dores nos olhos e de cabeça, intensas e diárias. Apresentou como resultado alta concentração de mercúrio nas amostras coletadas.

TOP 5 DE ÁREAS OCUPADAS

COM GARIMPO ILEGAL

Equivalente a cerca de

7.602ha

KAYAPÓ

9,6mil

campos de futebol

1.592ha

MUNDURUKU

414ha

YANOMAMI

128ha

SAWRé MUYBU

115ha

LAS CASAS

Fonte Mapbiomas de 2022, wwf - brasil, ISA - Instituto Socioambiental, Fundação Oswaldo Cruz/Faculty of Medicine, St Mary’s Hospital, Imperial College London, Rede Internacional de Eliminação de Poluentes em conjunto com o Biodiversity Research/ Institute (BRI)/ Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé )

Garimpo ilegal

em terras indígenas

As maiores áreas de garimpo estão em território Kayapó, Munduruku e Yanomami; juntas, somam quase 10 mil hectares invadidos pela mineração

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dos tapajós

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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO

alto tapajós

99%

estavam com o mercúrio bem acima da média considerada segura

yanomami

[waikás]

92%

entre as pessoas analisadas tiveram um alto nível de contaminação, segundo pesquisa

vila nova

[região que se desenvolveu a partir da atividade de garimpo de ouro]

67%

das mulheres participantes excederam o limite da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

Munduruku

[Sawré Muybu, Sawuré Aboy e Povo Muybu]

62%

das mulheres em idade reprodutiva ultrapassaram o limite de referência de 6,0 μg/g H-Hg, da OMS

Aldira Akai Munduruku, de 31 anos, da etnia Munduruku, também vive na Terra Indígena Sawré Muybu, na região do Tapajós, sente fraqueza nas pernas, alterações na visão, dores nos olhos e de cabeça, intensas e diárias. Apresentou como resultado alta concentração de mercúrio nas amostras coletadas.

TOP 5 DE ÁREAS OCUPADAS

COM GARIMPO ILEGAL

Equivalente a cerca de

KAYAPÓ

9,6mil

campos de futebol

7.602ha

MUNDURUKU

1.592ha

YANOMAMI

414ha

SAWRé MUYBU

128ha

LAS CASAS

115ha

Fonte Mapbiomas de 2022, wwf - brasil, ISA -

Instituto Socioambiental, Fundação Oswaldo

Cruz/Faculty of Medicine, St Mary’s Hospital,

Imperial College London, Rede Internacional de

Eliminação de Poluentes em conjunto com o

Biodiversity Research/ Institute (BRI)/ Instituto de

Pesquisa e Formação Indígena (Iepé )

ler Marco temporal pode colocar em risco 133 terras indígenas que ainda não foram demarcadas

Muitos sintomas e nenhum remédio

Aldira Akai Munduruku, de 31 anos, da etnia Munduruku, também vive na Terra Indígena Sawré Muybu, na região do Tapajós, sente fraqueza nas pernas, alterações na visão, dores nos olhos e de cabeça, intensas e diárias. Desde que os sintomas apareceram, ela já teve um aborto, e complicações na gestação da última filha, de um 1 ano e oito meses.

“Sofri bastante até o parto. Não conseguia lavar roupa no rio, as minhas pernas ficavam adormecidas, não conseguia mais andar. Não conseguia mais ter força para carregar o balde. Até hoje tenho trauma”. Além de Aldira, o marido e os quatro filhos também estão contaminados pelo mercúrio. 

Saber que tem o mercúrio no sangue, apresentar sintomas, sem receber assistência de um serviço de saúde, é como desfalecer às cegas e de forma vulnerável. A jovem estudante Gilmara Akay convive diariamente com lapsos de memória. “Sinto dores insuportáveis, dores nos ossos que a gente nunca sentiu na vida. A gente sente muito essas dores todos os dias”. 

Duas inquietações atordoam Gilmara: “Qual é o remédio para tratar o mercúrio? Tem tratamento dos brancos para os nossos peixes?” A Terra Indígena Munduruku, onde Aldira e Gilmara vivem, é a segunda maior área de garimpo no Brasil, com 1.592 hectares, segundo levantamento do Mapbiomas, divulgado no ano passado. A primeira é o território Kayapó com 7.602 hectares, também no Pará.  

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Qual é o remédio para tratar o mercúrio? Tem tratamento dos brancos para os nossos peixes?”

O neurologista Erick Jennings é um dos poucos profissionais que atuam na Amazônia que conhece a ação do mercúrio no organismo | Foto: Arquivo Pessoal

Perseguição violenta

A terceira maior extensão de terra ocupada pela atividade criminosa é a do povo Yanomami, com cerca de 10 milhões de hectares, distribuídos no Amazonas e em Roraima. Mas a região teve o maior aumento de ocorrência de garimpo ilegal em 2022. A equipe de reportagem não conseguiu falar diretamente com uma mulher Yanomami por falta de sinal de celular ou telefone. “Fazer chamada de rádio com as mulheres é perigoso, pois os garimpeiros interceptam a frequência de rádio e podem perseguir essas mulheres”, explica a líder Érica Yanomami, que auxiliou a apuração. 

Estudos e evidências científicas amplamente divulgados pela imprensa mostram os impactos negativos da contaminação por mercúrio em áreas de garimpo ilegal. Apesar disso, o Brasil quase não oferece unidades de saúde para o diagnóstico e tratamento de pessoas contaminadas com o metal nos territórios indígenas. O único lugar é o Centro de Referência para as Patologias Decorrentes do Mercúrio, em Santarém, inaugurado em janeiro de 2022 para atender apenas o estado.

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Fazer chamada de rádio com as mulheres é perigoso, pois os garimpeiros interceptam a frequência de rádio e podem perseguir essas mulheres”

O Centro tinha por objetivo priorizar o acompanhamento de crianças e pacientes com altos índices de mercúrio. Porém, um ano depois, as pessoas aldeadas não foram atendidas ainda, apenas alguns adultos das regiões de Itaituba e Novo Progresso.

“Na cidade, você ainda tem acesso a um hospital, pode fazer um exame, e, se der sorte, tem uma assistência adequada”, avalia Paulo Basta, médico e pesquisador da Fiocruz. Mas, morando em uma comunidade no interior da floresta, a 500 km de Santarém, é quase impossível ter acesso a esse tipo de tratamento, indica Paulo. 

Gestações de risco

As mulheres são especialmente afetadas pela presença do mercúrio no sangue durante a gravidez. Sem acompanhamento de saúde adequado, elas ficam em risco para si e para o feto, que também se contamina. “O médico vem aqui na aldeia de três em três meses. Quando não vem, a gente tem que pegar um transporte de madeira [no rio], e o carro para chegar até a cidade. Mas isso depende também de dinheiro para pagar a consulta”, relatou Aldira sobre a região do Tapajós, no Pará. 

 

O caminho dos indígenas até os serviços de saúde

O Centro de Referências para Patologias Decorrentes do Mercúrio, único no país, fica em Santarém (PA) e só atende moradores do estado

RR

AP

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PA

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CE

RN

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PE

AC

AL

TO

SE

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centro de referência em

Patologias Decorrentes

do Mercúrio [Santarém - pa]

BA

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SP

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PR

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serviços de saúde

[boa vista - rr]

serviços de saúde

[macapá - ap]

terras

indígenas

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villa nova

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baixo tapajós

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médio tapajós

Sawré Muybu

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alto tapajós

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distância até os

serviços de saúde

população x profissionais

0

300

600km

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[yanomami]

350km

yanomamis

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[yanomami]

350km

73

profissionais

de saúde

29 mil habitantes

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[alto tapajós]

550km

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[médio tapajós]

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27

13 mil

mundurukus

[baixo tapajós]

80km

villa nova

[porto grande - ap]

156km

1 mil

12

vila nova

Fonte Paulo Basta (Fiocruz), Erick Jennings (Sesai), Ana Maria Machado (antropóloga), Dário Kopenawa (vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami), Décio Yokota (IEPE), Google Maps, COOPGAVIN, Relatório Yanomami Sob Ataque, Instituto Socioambiental, Mapbiomas de 2022, wwf - brasil e ISA - Instituto Socioambiental

O caminho dos indígenas até os serviços de saúde

O Centro de Referências para Patologias Decorrentes do Mercúrio, único no país, fica em Santarém (PA) e só atende moradores do estado

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Patologias Decorrentes

do Mercúrio [Santarém - pa]

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população x

profissionais de saúde

yanomamis

73

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de saúde

29 mil habitantes

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vila nova

Fonte Paulo Basta (Fiocruz), Erick Jennings (Sesai), Ana Maria Machado (antropóloga), Dário Kopenawa (vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami), Décio Yokota (IEPE), Google Maps, COOPGAVIN, Relatório Yanomami Sob Ataque, Instituto Socioambiental, Mapbiomas de 2022, wwf - brasil e ISA - Instituto Socioambiental

ler Amazonas concentra mortes de indígenas no Brasil, mas menos da metade foram vacinados

Esses profissionais de saúde que chegam às aldeias, e muitos das cidades, não são treinados para identificar os efeitos dos contaminantes ambientais, especialmente o mercúrio, explica o médico Paulo Basta. “Na maioria das vezes, o profissional, sequer considera, como diagnóstico condicional, que o mercúrio possa estar relacionado com os sintomas”.

Uma mulher grávida saber que está com nível elevado de mercúrio, e que o filho dela pode ter problema, é um estresse. Depois, ela tem essa mesma preocupação na hora de amamentar o filho, alerta Erik Jennings, médico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). “Essa não é uma questão só de saúde. É uma questão de injustiça social tremenda.”

É impossível evitar a contaminação do feto durante a gravidez, explica o médico Paulo Basta. “O organismo leva em média de 90 a 120 dias para excretar o mercúrio. É um período muito grande para a gestação.” Paulo lembra que os quatro primeiros meses da gravidez são o período mais crítico da formação do tubo neural.

A esperança política

 

“É um cenário caótico. A contaminação é gravíssima e fatal. Enquanto isso, o garimpo avança cada vez mais. A saúde indígena nunca se preparou de forma adequada para atender às distintas realidades do Brasil”, afirma Sônia Guajajara (PSOL), primeira ministra indígena do Brasil. A vitória do presidente Lula nas eleições de 2022 chegou às comunidades amazônicas com esperança.

“Colocando uma mulher indígena na secretaria, vamos discutir estratégias sobre esse risco de vida das mulheres, mais vulneráveis à contaminação porque engravidam. As mulheres que estão ali o tempo todo na água lavando roupa, pescando”, ressalta Sônia.

Para a nova ministra, a situação é grave e exige atualização e adequação de políticas de saúde nos territórios indígenas. Uma das sinalizações já foi a de reorganizar a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), enfraquecida pelo governo Bolsonaro, que será comandada agora pela ex-deputada federal indígena Joênia Wapichana (Rede). 

 


 

Matéria feita em parceria com


Reportagem: Adriana Amâncio e Anelize Moreira

Edição e revisão: Ana Carolina Araújo, Joana Suarez, Vitória Régia da Silva, Maria Martha Bruno

Infografia e design: Victoria Sacagami 

Quem leu essa Reportagem também viu:

Adriana Amâncio

Jornalista formada pela Universidade Joaquim Nabuco (PE) com 25 anos de experiência em assessoria de comunicação e reportagem nas áreas de direitos humanos, gênero e meio ambiente. É da equipe Inclusão e Diversidade do Colabora – jornalismo sustentável, e já assinou matérias em veículos como o O Joio e o Trigo, Gênero e Número, Marco Zero Conteúdo, ((o)) Eco e Saiba Mais e assinou reportagens para o The Brazilian Report nas eleições 2022. Venceu o edital “Primeira Infância e a cobertura das eleições”, realizado pelos veículos Nós, Mulheres da Periferia, Alma Preta Jornalismo, Amazônia Real e Marco Zero Conteúdo, com o apoio da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. Já recebeu o Prêmio Sassá de Direitos Humanos, além de ser premiada por As Amazonas, Abraji e pela Embaixada dos Estados Unidos com o podcast “Cidadãs das Águas”, no curso Podcast: o seu conteúdo para o mundo.

Anelize Moreira

Anelize Moreira atua há 12 anos em reportagens voltadas aos direitos humanos, com passagens pelas redações da Rádio Brasil Atual e Brasil de Fato. Atualmente é repórter freelancer, roteirista e narradora de podcast, mentora do Prêmio Jovem Jornalista Pacheco Jordão e membro da coordenação do módulo de coberturas jornalísticas do projeto Repórter do Futuro da Oboré. Em 2022, foi finalista do Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo e Direitos Humanos com a reportagem ‘Educação árida: mudanças climáticas dificultam o acesso à escola’. Em 2015, foi agraciada com o Prêmio Feac de Jornalismo pela reportagem sobre as iniciativas socioambientais na periferia da zona leste de São Paulo. Em 2013, recebeu menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog pela série de reportagens sobre violência obstétrica.

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