Branco e masculino, STF pode mudar em 2023

Ao longo de 132 anos, homens brancos foram protagonistas do debate constitucional no Brasil

Aline Gatto Boueri

Victoria Sacagami

Marcella Semente

Desde a sua criação, há 132 anos, o STF (Supremo Tribunal Federal) foi uma corte majoritariamente branca e masculina. Até o ano 2000, nenhuma mulher havia ocupado jamais uma cadeira no tribunal. Entre 170 ministros que já atuaram no órgão, somente três eram negros – todos homens.

Em 2023, duas cadeiras ficam disponíveis na corte para novas indicações pelo atual presidente Lula: a do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou na última terça (11 de abril), e a de Rosa Weber, que deve fazer o mesmo no próximo mês de outubro.

Lula tem, este ano, a oportunidade histórica de nomear, pela primeira vez, uma mulher negra como ministra do STF. Seria o primeiro passo para corrigir a distorção criada pelo racismo e pelo machismo na mais alta corte do Brasil. O maior grupo demográfico do país – mulheres negras – nunca foi representado no debate constitucional.

A cor e o gênero do STF [1891 - 2023]

Ao longo de 132 anos, homens brancos dominaram a corte e foram protagonistas do debate constitucional no Brasil

A cor das linhas é referente ao gênero e raça do ministro

como ler

homem

branco

mulher

branca

Cada linha representa um ministro. O tamanho da linha é refente ao período de entrada até sua saída do STF

homem

negro

mulher

negra

1890

Desde sua criação, o STF teve suas cadeiras ocupadas 95% do tempo por homens brancos, 2,4% por mulheres brancas e 2,7% por homens negros. Em 132 anos, nenhuma mulher negra foi indicada como ministra.

1900

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

1910

2° homem negro

hermenegildo

de barros [1919 - 1937]

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1980

1990

1° mulher branca

2000

ellen gracie [2000 - 2011]

3° homem negro

joaquim barbosa [2003 - 2014]

2° mulher branca

cármen lúcia [2006 - 2023]

2010

3° mulher branca

rosa weber [2011 - 2023]

2020

170 ministros

[1891 - 2023]

[2006 - 2023]

aposentadoria

Ricardo lewandowski

quem foram os 3 homens negros

e as 3 mulheres brancas do stf

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

A primeira pessoa negra a ocupar uma cadeira no STF é também um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da Doutrina Brasileira do habeas corpus, que anos depois deu origem ao mandado de segurança, instrumento jurídico que protege cidadãos contra abusos de autoridade.

2° homem negro

hermenegildo de barros [1919 - 1937]

O segundo homem negro a chegar ao STF foi também o primeiro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criado em 1932 com a promulgação do primeiro Código Eleitoral do Brasil. Em 1937, foi aposentado por decreto uma semana após o golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas.

3° homem negro

joaquim barbosa [2003 - 2014]

O terceiro homem negro a ocupar uma cadeira no STF foi o relator da Ação Penal 470, também conhecida como o processo do Mensalão, que desencadeou uma crise durante o primeiro governo do presidente Lula. Barbosa é referência no debate constitucional e doutrinário sobre ações afirmativas e racismo.

1° mulher branca

ellen gracie [2000 - 2011]

Primeira mulher nomeada ministra do STF, presidiu a corte entre 2006 e 2008, quando foi também a primeira mulher à frente de um dos três poderes do Estado. Sua gestão foi marcada pela implantação de marcos legais que obrigam instâncias inferiores do Judiciário a seguir a jurisprudência da corte, e da determinação de que o STF pode julgar recursos que têm relevância no debate constitucional, como a descriminalização do aborto e a prisão em segunda instância.

2° mulher branca

cármen lúcia [2006 - 2023]

A segunda mulher branca a chegar à corte foi também a primeira a ocupar a presidência do TSE, em 2012. Durante o período em que presidiu o STF (2016-2018), pautou o julgamento de ações como a que garantiu a titulação de terras para comunidades quilombolas, a que autorizou a mudança no registro civil para pessoas trans sem necessidade de cirurgia de redesignação, e a que passou a permitir a prisão de condenados em segunda instância—posição que ela defendeu.

3° mulher branca

rosa weber [2011 - 2023]

A terceira mulher branca a se tornar ministra do STF é, desde 2022, presidente da corte, cargo que deve ocupar até sua aposentadoria, prevista para o final de 2023. Weber é relatora da ADPF 442, que discute a descriminalização do aborto no Brasil. Em 2018, a ministra convocou audiências públicas sobre o tema, mas a ação ainda não foi julgada pelo plenário, o que pode ocorrer ainda este ano se Weber decidir pautá-la.

Fonte stf

A cor e o gênero do STF [1891 - 2023]

Ao longo de 132 anos, homens brancos dominaram a corte e foram protagonistas do debate constitucional no Brasil

A cor das linhas é referente ao gênero e raça do ministro

como ler

homem

branco

mulher

branca

Cada linha representa um ministro. O tamanho da linha é refente ao período de entrada até sua saída do STF

homem

negro

mulher

negra

1890

Desde sua criação, o STF teve suas cadeiras ocupadas 95% do tempo por homens brancos, 2,4% por mulheres brancas e 2,7% por homens negros. Em 132 anos, nenhuma mulher negra foi indicada como ministra.

1900

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

1910

2° homem negro

hermenegildo

de barros [1919 - 1937]

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1980

1990

1° mulher branca

2000

ellen gracie [2000 - 2011]

3° homem negro

joaquim barbosa [2003 - 2014]

2° mulher branca

cármen lúcia [2006 - 2023]

2010

3° mulher branca

rosa weber [2011 - 2023]

2020

170 ministros

[1891 - 2023]

[2006 - 2023]

aposentadoria

Ricardo lewandowski

quem foram os 3 homens negros

e as 3 mulheres brancas do stf

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

A primeira pessoa negra a ocupar uma cadeira no STF é também um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da Doutrina Brasileira do habeas corpus, que anos depois deu origem ao mandado de segurança, instrumento jurídico que protege cidadãos contra abusos de autoridade.

2° homem negro

hermenegildo de barros [1919 - 1937]

O segundo homem negro a chegar ao STF foi também o primeiro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criado em 1932 com a promulgação do primeiro Código Eleitoral do Brasil. Em 1937, foi aposentado por decreto uma semana após o golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas.

3° homem negro

joaquim barbosa [2003 - 2014]

O terceiro homem negro a ocupar uma cadeira no STF foi o relator da Ação Penal 470, também conhecida como o processo do Mensalão, que desencadeou uma crise durante o primeiro governo do presidente Lula. Barbosa é referência no debate constitucional e doutrinário sobre ações afirmativas e racismo.

1° mulher branca

ellen gracie [2000 - 2011]

Primeira mulher nomeada ministra do STF, presidiu a corte entre 2006 e 2008, quando foi também a primeira mulher à frente de um dos três poderes do Estado. Sua gestão foi marcada pela implantação de marcos legais que obrigam instâncias inferiores do Judiciário a seguir a jurisprudência da corte, e da determinação de que o STF pode julgar recursos que têm relevância no debate constitucional, como a descriminalização do aborto e a prisão em segunda instância.

2° mulher branca

cármen lúcia [2006 - 2023]

A segunda mulher branca a chegar à corte foi também a primeira a ocupar a presidência do TSE, em 2012. Durante o período em que presidiu o STF (2016-2018), pautou o julgamento de ações como a que garantiu a titulação de terras para comunidades quilombolas, a que autorizou a mudança no registro civil para pessoas trans sem necessidade de cirurgia de redesignação, e a que passou a permitir a prisão de condenados em segunda instância—posição que ela defendeu.

3° mulher branca

rosa weber [2011 - 2023]

A terceira mulher branca a se tornar ministra do STF é, desde 2022, presidente da corte, cargo que deve ocupar até sua aposentadoria, prevista para o final de 2023. Weber é relatora da ADPF 442, que discute a descriminalização do aborto no Brasil. Em 2018, a ministra convocou audiências públicas sobre o tema, mas a ação ainda não foi julgada pelo plenário, o que pode ocorrer ainda este ano se Weber decidir pautá-la.

Fonte stf

A cor e o gênero do STF

[1891 - 2023]

Ao longo de 132 anos, homens brancos dominaram a corte e foram protagonistas do debate constitucional no Brasil

A cor das linhas é referente ao gênero e raça do ministro

como ler

Cada linha representa um ministro. O tamanho da linha é refente ao período de entrada até sua saída do STF

homem

branco

mulher

branca

homem

negro

mulher

negra

Desde sua criação, o STF teve suas cadeiras ocupadas 95% do tempo por homens brancos, 2,4%

por mulheres brancas e 2,7% por homens negros. Em 132 anos, nenhuma mulher negra foi indicada como ministra.

1890

170 ministros

[1891 - 2023]

1900

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

1910

2° homem negro

hermenegildo

de barros [1919 - 1937]

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1980

1990

1° mulher branca

2000

ellen gracie [2000 - 2011]

3° homem negro

joaquim barbosa [2003 - 2014]

2° mulher branca

cármen lúcia [2006 - 2023]

2010

3° mulher branca

rosa weber [2011 - 2023]

2020

[2006 -2023]

aposentadoria

Ricardo lewandowski

quem foram os 3 homens negros

e as 3 mulheres brancas do stf

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

A primeira pessoa negra a ocupar uma cadeira no STF é também um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da Doutrina Brasileira do habeas corpus, que anos depois deu origem ao mandado de segurança, instrumento jurídico que protege cidadãos contra abusos de autoridade.

2° homem negro

hermenegildo de barros [1919 - 1937]

O segundo homem negro a chegar ao STF foi também o primeiro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criado em 1932 com a promulgação do primeiro Código Eleitoral do Brasil. Em 1937, foi aposentado por decreto uma semana após o golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas.

3° homem negro

joaquim barbosa [2003 - 2014]

O terceiro homem negro a ocupar uma cadeira no STF foi o relator da Ação Penal 470, também conhecida como o processo do Mensalão, que desencadeou uma crise durante o primeiro governo do presidente Lula. Barbosa é referência no debate constitucional e doutrinário sobre ações afirmativas e racismo.

1° mulher branca

ellen gracie [2000 - 2011]

Primeira mulher nomeada ministra do STF, presidiu a corte entre 2006 e 2008, quando foi também a primeira mulher à frente de um dos três poderes do Estado. Sua gestão foi marcada pela implantação de marcos legais que obrigam instâncias inferiores do Judiciário a seguir a jurisprudência da corte, e da determinação de que o STF pode julgar recursos que têm relevância no debate constitucional, como a descriminalização do aborto e a prisão em segunda instância.

2° mulher branca

cármen lúcia [2006 - 2023]

A segunda mulher branca a chegar à corte foi também a primeira a ocupar a presidência do TSE, em 2012. Durante o período em que presidiu o STF (2016-2018), pautou o julgamento de ações como a que garantiu a titulação de terras para comunidades quilombolas, a que autorizou a mudança no registro civil para pessoas trans sem necessidade de cirurgia de redesignação, e a que passou a permitir a prisão de condenados em segunda instância—posição que ela defendeu.

3° mulher branca

rosa weber [2011 - 2023]

A terceira mulher branca a se tornar ministra do STF é, desde 2022, presidente da corte, cargo que deve ocupar até sua aposentadoria, prevista para o final de 2023. Weber é relatora da ADPF 442, que discute a descriminalização do aborto no Brasil. Em 2018, a ministra convocou audiências públicas sobre o tema, mas a ação ainda não foi julgada pelo plenário, o que pode ocorrer ainda este ano se Weber decidir pautá-la.

Fonte stf

A cor e o gênero do STF

[1891 - 2023]

Ao longo de 132 anos, homens brancos dominaram a corte e foram protagonistas do debate constitucional no Brasil

como ler

A cor das linhas é referente ao gênero e raça do ministro

homem

branco

mulher

branca

homem

negro

mulher

negra

Cada linha representa um ministro. O tamanho da linha é refente ao período de entrada até sua saída do STF

1890

170 ministros

[1891 - 2023]

1900

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

1910

2° homem negro

hermenegildo

de barros [1919 - 1937]

1920

1930

1940

1950

1960

Desde sua criação, o STF teve suas cadeiras

ocupadas 95% do tempo por homens brancos, 2,4% por mulheres brancas e

2,7% por homens negros. Em 132 anos, nenhuma mulher negra foi indicada como ministra.

1970

1980

1990

ellen gracie [2000 - 2011]

1° mulher branca

2000

joaquim barbosa [2003 - 2014]

3° homem negro

cármen lúcia [2006 - 2023]

2° mulher branca

2010

rosa weber [2011 - 2023]

3° mulher branca

2020

[2006 -2023]

aposentadoria

Ricardo lewandowski

quem foram os 3 homens negros

e as 3 mulheres brancas do stf

1° homem negro

pedro lessa [1907 - 1921]

A primeira pessoa negra a ocupar uma cadeira no STF é também um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da Doutrina Brasileira do habeas corpus, que anos depois deu origem ao mandado de segurança, instrumento jurídico que protege cidadãos contra abusos de autoridade.

2° homem negro

hermenegildo de barros [1919 - 1937]

O segundo homem negro a chegar ao STF foi também o primeiro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criado em 1932 com a promulgação do primeiro Código Eleitoral do Brasil. Em 1937, foi aposentado por decreto uma semana após o golpe de Estado liderado por Getúlio Vargas.

3° homem negro

joaquim barbosa [2003 - 2014]

O terceiro homem negro a ocupar uma cadeira no STF foi o relator da Ação Penal 470, também conhecida como o processo do Mensalão, que desencadeou uma crise durante o primeiro governo do presidente Lula. Barbosa é referência no debate constitucional e doutrinário sobre ações afirmativas e racismo.

1° mulher branca

ellen gracie [2000 - 2011]

Primeira mulher nomeada ministra do STF, presidiu a corte entre 2006 e 2008, quando foi também a primeira mulher à frente de um dos três poderes do Estado. Sua gestão foi marcada pela implantação de marcos legais que obrigam instâncias inferiores do Judiciário a seguir a jurisprudência da corte, e da determinação de que o STF pode julgar recursos que têm relevância no debate constitucional, como a descriminalização do aborto e a prisão em segunda instância.

2° mulher branca

cármen lúcia [2006 - 2023]

A segunda mulher branca a chegar à corte foi também a primeira a ocupar a presidência do TSE, em 2012. Durante o período em que presidiu o STF (2016-2018), pautou o julgamento de ações como a que garantiu a titulação de terras para comunidades quilombolas, a que autorizou a mudança no registro civil para pessoas trans sem necessidade de cirurgia de redesignação, e a que passou a permitir a prisão de condenados em segunda instância—posição que ela defendeu.

3° mulher branca

rosa weber [2011 - 2023]

A terceira mulher branca a se tornar ministra do STF é, desde 2022, presidente da corte, cargo que deve ocupar até sua aposentadoria, prevista para o final de 2023. Weber é relatora da ADPF 442, que discute a descriminalização do aborto no Brasil. Em 2018, a ministra convocou audiências públicas sobre o tema, mas a ação ainda não foi julgada pelo plenário, o que pode ocorrer ainda este ano se Weber decidir pautá-la.

Fonte stf

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Aline Gatto Boueri

Jornalista formada pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECo-UFRJ), colabora com a Gênero e Número desde 2017. Metade tijucana e metade porteña, cobre política latino-americana desde 2013, com foco em direitos humanos, feminismos, gênero e raça. Também cuida de criança todos os dias.

Victoria Sacagami

Designer formada em Comunicação Visual Design pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, integra a equipe da Gênero e Número desde 2020. Tem experiência na área do design de informação, editorial, ilustração, além de projetos sobre visualização de dados. Trabalhou no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular no qual desenvolveu também trabalhos de identidade visual, design gráfico em exposições e sinalização.

Marcella Semente

Olindense que adotou o Rio para viver. Integra a Gênero e Número a partir de 2023. Atua como pesquisadora e analista de dados com foco em gênero, saúde e direitos reprodutivos, fecundidade, educação e violência. Já colaborou com o Ipea como assistente de pesquisa e analista de dados, e foi assessora de comunicação na SMS/Camaragibe. Doutoranda em Demografia no Cedeplar (UFMG), mestre em População, Território e Estatísticas Públicas pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE), especialista em Programas e Projetos Sociais (UNICAP) e Jornalista pela UFPE, atualmente, é graduanda em Estatística também na ENCE.

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