Entre os adolescentes, são as meninas que mais sofrem com a saúde mental

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) mostra que entre jovens de 13 a 17 anos, 26,5% das meninas disseram já ter sofrido bullying e  29,6% afirmaram sentir que a vida não merece ser vivida; DataSus revela que elas são 59% das vítimas de lesões autoprovocadas nesta faixa etária**

 

Agnes Sofia Guimarães Cruz

Victoria Sacagami

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as condições de saúde mental são responsáveis por 16% da carga total de doenças e lesões em pessoas com idades entre 10 e 19 anos em todo o mundo. 

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que para além dos índices sobre desempenho escolar, alimentação e atividades físicas, a saúde mental de jovens de 13 a 17 anos precisa de atenção. Principalmente as meninas, que estão sofrendo mais. 

Elas são também as principais vítimas de lesões autoprovocadas, 59% dos casos, como mostram as estatísticas do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), do DataSUS. Consideram-se lesões autoprovocadas quando os jovens provocam cortes e outros ferimentos em si próprios.

O relatório do IBGE e os dados do DataSUS são referentes a 2019, ano anterior à pandemia – que, sabemos, trouxe desafios diversos para nossos jovens.

 

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Saúde mental na adolescência

Apesar de menos meninas dizerem que não têm amigos próximos, dados mostram situação mais preocupante entre elas

por gênero

meninas

meninos

não têm amigos

próximos

4.2%

3.8%

26.5%

19.5%

já foram vítimas

de bullying

27%

autopercepção

negativa

de saúde mental

8%

29.6%

13%

sentem que a vida não merece

ser vivida

39.8%

19.9%

sentiram que

ninguém

se preocupa

com eles/as

44.9%

54.6%

17.5%

sentiram-se

tristes

26.7%

sentiram-se

irritados/as,

nervosos/as ou

mal-humorados/as

59.8%

41.1%

sentiram-se muito

preocupados/as

com o dia a dia

por idade

13 - 17

16 - 17

anos

anos

sentiram-se muito

preocupados/as com o dia a dia

47.2%

56.8%

autopercepção negativa de saúde mental

16.9%

19.1%

não têm amigos

próximos

3.6%

4.8%

500

registros no SUS de autolesões

(cortes, por ex.) em meninos

e meninas de 12 a 17 anos

59%

entre meninas

fonte PeNSE/IBGE - 2019 E Sinan/SUS

Saúde mental

na adolescência

Apesar de menos meninas

dizerem que não têm

amigos próximos, dados

mostram situação mais

preocupante entre elas

por gênero

meninas

meninos

4.2%

3.8%

não têm amigos

próximos

26.5%

19.5%

já foram vítimas

de bullying

27%

8%

autopercepção

negativa

de saúde mental

29.6%

13%

sentem que a vida não merece

ser vivida

39.8%

19.9%

sentiram que

ninguém

se preocupa

com eles/as

44.9%

17.5%

sentiram-se

tristes

54.6%

26.7%

sentiram-se

irritados/as,

nervosos/as ou

mal-humorados/as

59.8%

41.1%

sentiram-se muito

preocupados/as

com o dia a dia

por idade

13 - 17

16 - 17

anos

anos

47.2%

56.8%

sentiram-se muito preocupados/as com o dia a dia

16.9%

19.1%

autopercepção negativa

de saúde mental

3.6%

4.8%

não têm amigos próximos

500

registros no SUS de autolesões (cortes, por ex.) em meninos

e meninas de 12 a 17 anos

59%

entre meninas

fonte

PeNSE/IBGE - 2019

E Sinan/SUS

Caso você esteja precisando de ajuda, procure serviços especializados como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente.

 

LEIA TAMBÉM: Pessoas negras são 57% das vítimas de autolesão entre LGBTs+

 

Acesse a base de dados da reportagem aqui

* *Este conteúdo foi  produzido com o apoio da empresa de aprendizagem internacional Pearson.

Agnes Sofia Guimarães Cruz

Jornalista e pesquisadora. É Mestre em Comunicação pela UNESP e atuamente está concluindo o Doutorado em Linguística Aplicada pela Unicamp, em pesquisa sobre Ativismo de Dados e Justiça Reprodutiva. Já publicou em sites como Ponte Jornalismo, Gênero e Número, Porvir e UOL. Em 2015, foi uma das finalistas do Prêmio Jovem Jornalista, do Instituto Vladimir Herzog. Atua como jornalista freelancer em temas ligados a gênero, raça, tecnologia e educação, e está à frente da equipe de comunicação do Instituto de Referência Negra Peregum. Gosta de praia, música e escreve poesia às vezes.

Victoria Sacagami

Designer formada em Comunicação Visual Design pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, integra a equipe da Gênero e Número desde 2020. Tem experiência na área do design de informação, editorial, ilustração, além de projetos sobre visualização de dados. Trabalhou no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular no qual desenvolveu também trabalhos de identidade visual, design gráfico em exposições e sinalização.

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