Foi ao som de “Trenzinho Caipira” que Lula subiu a rampa do planalto pela terceira vez. Dentro do Senado, cercada de jornalistas que engoliam emoção, satisfação ou conformação, não me permiti chorar. Mas trabalho num veículo que tem lado e onde posso rabiscar essas palavras. Me lembrei de quando comemorei a vitória de Dilma, sozinha, dentro da cabine do banheiro da Rádio CBN, em 2010. Merval Pereira estava na cobertura com a gente.
Sou crítica de Lula desde sempre. Vejo nele mil questões. Mas acompanhei sua prisão em São Bernardo do Campo, o conheci no Senado da Argentina, no dia da morte de Videla, quando fomos clicados em um abraço amistoso pelo “Stukinha”. Sou tiete de Dilma, que não se curvou ao Centrão e deixava seus homens velhos brancos na antessala esperando por três horas. E não os recebia. Ela ainda não teve a reparação histórica definitiva, que Lula obteve hoje. E não sei se terá.