Maite Schneider
O
que mais fazemos enquanto humanos é duvidar de nossas necessidades, capacidades, talentos, criatividade e descobertas. Somos a “Síndrome da Pessoa Impostora” em constante e acelerada evolução.
E criamos uma sociedade perfeita para este fim. Uma sociedade que, na maioria das vezes, nos contabiliza no débito, e raramente no crédito. Aprendemos a olhar nossas vidas e vivências também desse modo. Amamos contar nossas dores e dificuldades e temos vergonha de alardear nossos grandes feitos (não considere aqui vários coaches e gurus da internet – estes vivem o caminho inverso, mas mentiroso!). Até os noticiários seguem a mesma lógica: casos de violência, morte e mentiras, além de dominarem esses locais, recebem mais “likes”, compartilhamentos e nosso precioso tempo.
Geramos uma sociedade que criou uma série de regras, que ao invés de nos unirem cada vez mais como humanos, nos afastam como humanidade.
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Quando falamos dos negócios, essas regras sempre foram baseadas em trocas, mesmo no mais sensível escambo que já tivemos. E levamos essas trocas para todas as demais relações: amizade, interesse e até mesmo amor.
Só que trocas em que as desigualdades, mesmo existentes, são desconsideradas, não são justas. Aliás, são muito injustas, pois usam das diferenças para aumentar as desigualdades que ali habitam.
Quando falamos em diversidade, muitas vezes pensamos em grupos de afinidade, um pensamento trazido do nosso modo de trabalhar esses temas de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) dentro das organizações.
Aprendizados e desafios em 10 anos da Transempregos
Lógico que falar de diversidade é falar das multiplicidades de raças, credos, idades, orientações, gêneros, identidades, condições físicas e tudo mais. Mas não é somente isso! Falar de diversidade é falar de mais de 8 bilhões de pessoas existentes no planeta.
Até mesmo de homens brancos, cisgêneros, heterossexuais e sem deficiências? SIM! Até mesmo que esses homens estejam na presidência ou nos conselhos das empresas? SIM!
Quando vejo um país, um estado, uma cidade, uma região, uma empresa, um bairro, uma pessoa falar que a DIVERSIDADE tem de acabar ou que não tem importância, penso: “Do que é feita essa pessoa, esse bairro, essa empresa, essa região, essa cidade, esse estado e esse país? Quem de fato os constrói, os mantém, os consome e os faz progredir? Quem de fato é responsável por sua existência?”
Diversidade, inclusão e empreendedorismo feminino para a inovação
Sem diversidade, perderemos grandes processos inovadores e criativos, teremos aumento acentuado de desigualdades sociais, econômicas e ambientais, diminuiremos a necessária capacidade de adaptabilidade, construiremos culturas mais fracas e frágeis com piora na saúde mental e muito mais.
Máquinas sozinhas não se criam. Máquinas sozinhas não inovam. Máquinas sozinhas não compram produtos e serviços.
AINDA não!
E enquanto não o fazem, precisamos das pessoas, da humanidade, das diversidades. As DIVERSIDADES são a maior igualdade que temos como HUMANIDADE.
Se o seu país, seu estado, sua cidade, sua região, sua empresa, seu bairro ou a pessoa que você convive não acredita ser importante a diversidade que VOCÊ É, tome cuidado! Você está prestes a ter sua vida desconsiderada e anulada, mesmo que ainda não tenha morrido. Tome cuidado!