Como engajar mulheres negras no debate eleitoral e na política institucional? Foi com essa pergunta em mente que um grupo de mulheres negras se juntou na primeira reunião aberta da Rede Umunna, para pensar uma rede de incentivo e fortalecimento delas na política, na última quinta-feira (26/04), no Rio de Janeiro.
No mesmo dia da execução da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, em 14 de março, nascia a Umunna, uma rede que conecta mulheres negras que querem discutir política institucional e espaços de poder. Umunna, que significa clã ou irmandade em igbo, língua falada na Nigéria, foi criada por cinco mulheres negras que acreditam que discutir e qualificar o debate político gera mudanças transformadoras.
“Queremos acompanhar a atuação das mulheres negras que estão na disputa da política institucional para identificar as barreiras de elegibilidade de mulheres negras. Vamos criar indicadores sobre as candidaturas de mulheres negras em 2018 para auxiliar numa futura percepção dessas barreiras.” comentou Gabriele Roza, coordenadora da rede e jornalista.
Além de Roza, as coordenadoras são Juliana Marques, graduada em Estatística; Diana Mendes, com formação em Relações Internacionais e Políticas Públicas; Ana Carolina Lourenço, formada em Ciências Sociais e Lorena Pereira, analista de sistemas. Elas participaram do programa Minas de Dados, iniciativa de Transparência Brasil, Olabi e Data_Labe, em uma imersão de quatro semanas em dados abertos, narrativas e tecnologia para governos. Dessa imersão nasceu a rede, que vai se estruturar ao longo de todo processo eleitoral e em breve vai organizar reuniões em outros Estados.