Estados sem representatividade feminina no Congresso exibem altas taxas de violência

Da Redação Gênero e Número

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Dos 26 estados brasileiros além do Distrito Federal, 14 não contam com nenhuma representação feminina no Senado Federal e cinco não têm nenhuma mulher como representante na Câmara dos Deputados. Alagoas, Mato Grosso e Paraíba não contam com nenhuma senadora ou deputada, o que enfraquece reivindicações pelo direito das mulheres nestes estados.

Coincidência ou não, o Atlas da Violência de 2017  – que reúne dados de 2005 a 2015 – aponta esses estados como alguns dos mais violentos para a vida das mulheres, com aumento das taxas de homicídio de 17,2% em Alagoas, 13,9% em Mato Grosso e 61,2% na Paraíba, por 100 mil mulheres, ao longo destes anos. Os homicídios de mulheres negras cresceram ainda mais, 59,9%, 40,5% e 70,4%, respectivamente.

Além da ausência de representação feminina na bancada de alguns estados, mesmo naqueles em que as mulheres participam da disputa eleitoral, há também uma assimetria imensa quando olhamos para quem foi eleito(a). Considerando as últimas eleições, municipais (2016), estaduais e federais (2014), o número de homens eleitos é 36 vezes maior do que o de mulheres, segundo os dados do TSE. Em 2016, foram eleitas 13,5% de mulheres para as câmaras municipais, representando um leve crescimento ao comparar com 2012 (13,3%). Nas prefeituras, diminuiu o número de mulheres eleitas, que representam atualmente 11,5% do total. Em 2012 eram 11,8%.

Ontem e hoje no Congresso

Nos últimos trinta anos houve um crescimento da participação das mulheres no Legislativo brasileiro, mas ainda lento e insuficiente para alterar as estruturas tão patriarcais do sistema político no país. Na tabela abaixo, a progressão na participação, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

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