A discriminação contra pessoas transexuais e travestis, que geralmente começa na vida escolar e as deixa à margem do mercado formal de trabalho, se revela mesmo quando elas conseguem furar todas as barreiras de exclusão para disputar um lugar na política. A publicação do nome de registro desses candidatos no site do Tribunal Superior Eleitoral é só um dos constrangimentos enfrentados pela minoria, que tem entre suas principais bandeiras justamente o uso do nome social – aquele com o qual se apresentam e querem ser identificadas. Travestis e transexuais que ainda não alteraram oficialmente seu nome têm hoje suas candidaturas associadas ao sexo biológico, e não ao gênero com o qual se identificam. Apesar de não haver atualmente nenhum levantamento oficial no Brasil sobre eleições que inclua travestis e transexuais, a militância pela primeira vez se articulou para identificar aqueles que disputam vagas à prefeitura e à vereança neste pleito em todas as regiões do país. Confira os destaques da pesquisa inédita na vídeo-reportagem abaixo e entenda como a ausência de dados sobre esta população perpetua a sua invisibilidade e se relaciona diretamente à escassez de políticas públicas para essa minoria.
Candidaturas trans despontam nas eleições 2016
Por Maria Lutterbach*
Maria Lutterbach é jornalista e codiretora da Gênero e Número